Design Brasileiro - Sergio Rodrigues

Sergio Rodrigues

"De todos os designers brasileiros Sergio Rodrigues talvez seja o mais
profundamente comprometido com os valores e materiais da terra, tendo se arraigado definitivamente a formas e padrões de nossa cultura."
Maria Cecília Loschiavo dos Santos
Filósofa, pesquisadora de Mobiliário Brasileiro na Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo


Desde garoto Sergio se apaixonou pelos trabalhos de marcenaria, artesanato e madeira. Como estudante da Faculdade Nacional de Arquitetura, acompanhou o grande desenvolvimento da arquitetura brasileira, sempre notando a nítida defasagem que existia entre a obra arquitetônica e os equipamentos de interiores. Visando compreender as razões desse fenômeno, aprofundou-se em estudos sobre a evolução do mobiliário contemporâneo, tendo sido convidado, em 1949, à assistência de cátedra de Composição Decorativa (ambientação de interiores) como auxiliar de ensino. Ao iniciar sua profissão foi contratado pelo Governo do Estado do Paraná para participar com outros três arquitetos cariocas, do projeto do Centro Cívico de Curitiba (seu primeiro trabalho como arquiteto . ainda não diplomado). Diplomado em 1952 pela Faculdade Nacional de Arquitetura no RJ (atual F.A.U . UFRJ). Criou a Móveis Artesanal Paranaense, a 1ª loja de arte e mobiliário moderno em Curitiba em sociedade com os irmãos Hauner (designers italianos). Em 1954, Sergio Rodrigues foi contratado para chefiar o setor de planejamento de interiores da Forma S.A., Móveis e Objetos de Arte em São Paulo. Desde então, Sergio iniciou sua pesquisas com desenhos de móveis de vanguarda. Porém, enfrentou obstáculos diante de uma produção que não estava completamente aberta às inovações. Apesar do desestímulo e da incompreensão com relação às suas propostas, Sergio permaneceu na Forma e, aproveitando sua permanência em São Paulo, manteve alguns contatos com Gregori Warchavchik e Lina Bo Bardi, que lhe foram muito estimulantes. Em fins de 1954, desligou-se da empresa. Sergio estava, realmente, alimentando a idéia de criar um espaço onde pudesse desenvolver uma linha de móveis genuinamente brasileira, do desenho ao material utilizado, em contraposição ao que se fazia na época. Diante disso, Sergio decidiu fundar uma loja de móveis para comercializar sua produção mergulhado intensamente na busca de nossas raízes culturais ao nível do móvel. Acompanhando a principal tônica da produção cultural brasileira do período, Sergio atribuiu ao novo empreendimento um nome que sintetizou suas motivações culturais e estéticas: Oca, cujo logotipo também desenhou, sociedade limitada, cujo fim principal era a divulgação do design e designers brasileiros ligados à área de equipamentos de interior, ambientação, cenografia, e etc, com a promoção de eventos culturais periódicos e exposições permanentes de design e obras de arte. Assim, em maio de 1955, foi inaugurada a primeira loja da Oca, à praça General Osório, Rio de Janeiro.
Sergio organizou a exposição Móveis como Objeto de Arte, e a poltrona Mole não foi nada bem recebida. Um ano após o lançamento, a Oca recebeu várias encomendas da poltrona, que foi ganhando seu lugar no mercado.
Criou linhas especiais de mobiliário para a Universidade de Brasília, para os ministérios, entidades financeiras, (Banco do Estado da Guanabara, Ipeg, etc...), associações comerciais e industriais, sede das Empresas Bloch no Rio de Janeiro. Instalou a loja Brazilian Interiors, em Carmel (U.S.A.) que expunha permanentemente modelos de sua criação.

Poltrona Mole - minha preferida


Cadeira Leve

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